Recortes e Retalhos

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Musica&Som Nº 60 - Capa, David Bowie "Os monstros assustadores invadem-me a menta" / Manuel Cadafaz de Matos 1981




3 comentários:

  1. maldita a hora em que descobri este blog. Por um lado, mil parabéns: pelo levantamento iconográfico de toda uma época, mas por outro, como dizer.. reavivou-me uma época de pesadelo, verdadeiros tempos de ditadura dos media: lá fora seguia-se o rock pós-punk mais imaginativo, mais excitante e desesperado (The Cramps, Eric Random, Eyeless in Gaza, Joy Division, Miniatures, Cabaret Voltaire, Talking Heads, Debris, etc, etc). Por cá, os discos do ano, para os nossos “críticos” eram..Sheena Easton, Supertramp, Abba, José Barata Moura. FUCK::::Os nossos jornalistas do Se7e que se fossem se lixar (para não dizer asneiras a sério e não ir direito a um tribunal por danos provocados na nossa sanidade mental). Não me interpretem mal. Eu também à altura gostava dos Uriah Heep, dos AC/DC como hoje gosto. Não era isso que estava em causa. Era o assumido marasmo cultivado por dinossauros de nome Luis Filipe Barros, João Gobern, Trindade Santos e demais comparsas que mal sabiam diferenciar a mão esquerda da direita, mas que já se julgavam uns verdadeiros escribas do rock à la Lester Bangs (muito possivelmente nem conheciam, como não conheciam aqueles com quem poderiam aprender alguma coisas: Olivier Assaias, Julie Burchill, Jon Savage, Paul Morley). Excepção para Ana Bola que me apresentou em 1982 os Cabaret Voltaire, os Echo e os U2. Excepção para a enciclopédia de A-Z do Se7e que se ficou pela letra B. Excepção para António José Portela no Música & Som. Excepção mais que muita para a genialidade do MEC no Se7e com a lufada de ar fresco que foram as suas crónicas inglesas. Ana Rocha dava o ar da sua graça, conseguindo alternar entre o seu amor aos Stranglers e aos PIL e o countryrock de Gram Parsons (mas depois dava no M& S honras a palhaços como Clapton e John Mayall) Voltando à palha de Abrantes aqui do burgo: para conspurcar ainda mais, havia o Júlio Isidro e o seu Passeio dos Idiotas que apesar disso ainda trouxe cá Durutti Column e Teardrop Explodes, perdidos no meio dos futuristas de serviço. E mesmos estes eram uma lufada de ar fresco perante cancros tipo Bijou, Any Trouble, Chris de Burg, Voyage que aqui os estetas do burgo tomavam como o suprasumo da barbatana. Daí ser difícil comprar música à época: nada era cá editado tirando grandes excepções (Joy Division, Talking Heads, Kas Product, Urban Verbs, Plimsouls, DB’s)
    Abria-se o Música & Som e queria-se, no jazz, ler sobre Joseph Jarman, Steve Lacy, Ornette e Roland Kirk mas lá estava outro paquiderme sentado (Raul Bernardo Vaz) mais toneladas de jazz seródio de Buddy Rich, Gene Kruppa e outros swingantes. Urgh! Era o assim o título de um filme da altura: “The Music War!” com Au Pairs e Dead Kennedys entre muitos outros. E bastava atravessar a fronteira aqui do burgo para ver como as coisas eram diferentes. Na televisão espanhola a partir de 82 começou a ser transmitido um programa de nome "Edad de Ouro", pelo qual passaram nomes como Residents, The Sound, Tuxedomoon, Echo & the Bunnymen. Por cá, era o inefável e vomitório Chris de Burgh na RTP vezes sem conta. Mesmo assim dou os parabéns à RTP2 por alguns concertos transmitidos na altura (mais 84/85): Motorhead, Polecats (nunca gostei de rockabilly anos 80 mas vi-se bem), Siouxsie & the Banshees e ainda o programa “rockline” onde assisti a imagens de estúdio das Raincoats, Associates e Echo & the Bunnymen, entre muitos outros.
    Parabéns pelo blog. Vous seguir. Só um senão: não sei o que é mas a resolução das imagens torna talvez pesada a navegação pelo mesmo. Cheguei a estar 15 minutos sem conseguir sair da mesma página....

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    1. Meu amigo premita que o trate assim, digo-lhe o que costumo dizer a muitos outros, gostos musicais não se discutem, cada um gosta do que gosta e pronto ! Aqueles que pensam que tem um gosto musical mais selectivo.cabe-lhes a tarefa de tentar que os outros ouçam aquilo que acham que é bom ! Quanto á resolução das imagens eu abro-as perfeitamente, provávelmente num PC com uma net mais lenta, as coisas podem ficar um pouco mais dificil. Para ler os recortes eu aconselho, 1º cursor em cima do recorte, 2º botão direito do rato e "abrir noutra janela" e depois é só aumentar com a lupa.

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  2. Pedido de desculpas a João Gobern, apreciador de CV. Fiz confusão com outro qualquer. De resto, mantenho as minhas críticas ao Música & Som e à sua linha editorial. RIP

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